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PM é condenado por atirar e matar adolescente que saiu de casa para comprar pasta de dente

A morte do adolescente aconteceu em julho de 2022. O policial foi condenado a 13 anos e 9 meses de prisão Jovem é morto em abordagem policial quando saía de ...

PM é condenado por atirar e matar adolescente que saiu de casa para comprar pasta de dente
PM é condenado por atirar e matar adolescente que saiu de casa para comprar pasta de dente (Foto: Reprodução)

A morte do adolescente aconteceu em julho de 2022. O policial foi condenado a 13 anos e 9 meses de prisão Jovem é morto em abordagem policial quando saía de casa para comprar pasta de dente O policial militar Ricardo Lucas Góes Jucá foi condenado nesta sexta-feira (28) a 13 anos e 9 meses de prisão por ter atirado e matado o adolescente Paulo Victor Oliveira, de 16 anos, que havia saído de casa para comprar pasta de dente. O crime aconteceu em julho de 2022, no bairro Mondubim, em Fortaleza. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Ceará no WhatsApp Ricardo Lucas foi condenado pelo tribunal de júri em um julgamento realizado no Fórum Clóvis Beviláqua. A sessão começou na quinta-feira (27), precisou ser interrompida e continuou nesta sexta. O julgamento teve, ao todo, cerca 16 horas de duração. A denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) acusava Ricardo Lucas pelo crime de homicídio, na modalidade de dolo eventual - quando não há intenção, mas se assume o risco de matar -, e qualificado por uma dinâmica que gerou perigo à população, uma vez que ele atirou em via pública, próximo a várias pessoas. O policial deve cumprir a pena de 13 anos e 9 meses de prisão em regime inicialmente fechado. Além disso, ele deve pagar a quantia de R$ 13.500 para a família de Paulo Victor, a título de reparação por danos morais. À TV Verdes Mares, os pais de Paulo Victor comemoraram a decisão do tribunal do júri. "Queria justiça, não era vingança", afirmou Francisco Valtair, pai do jovem. "Que não aconteça mais com nenhum jovem de periferia. E se acontecer, que a Justiça seja feita. Acho que hoje eu vou poder até dormir, porque tem quase 3 anos que eu não durmo, acordado esperando meu filho voltar", disse Francisco. Além da pena de prisão e da indenização, o policial também foi condenado a perder o cargo, de acordo com o defensor público Leandro Bessa, que auxiliou na acusação junto com o MPCE. Bessa destacou que, no julgamento, foi refutada a tese de legítima defesa, apresentada pelos advogados de Ricardo. "Quase todas as testemunhas falaram que foi um só disparo escutado no local do fato. Essa arma [só] apareceu posteriormente. Foram elementos que certamente foram considerados pelos jurados para identificar essa situação que foi de homicídio, e não de legítima defesa", explicou o defensor. Ricardo foi preso logo que o julgamento terminou. Porém, como este foi o julgamento em primeira instância, o policial ainda pode recorrer da condenação. O crime A morte do jovem Paulo Victor aconteceu no dia 24 de julho de 2022, e a dinâmica foi flagrada por câmeras de segurança. Primeiro, o jovem aparece, com uma camiseta branca, correndo na companhia de um homem não identificado, enquanto os dois são perseguidos por uma viatura da polícia. Eles entram na rua Tancredo, Neves, na esquina da qual havia uma pizzaria e um grupo de pessoas conversando. O grupo se dispersa, assustado com a abordagem policial, e pouco depois Paulo Victor sai da rua cambaleando, tropeça e cai. (Veja no vídeo acima) De acordo com a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), o policial Ricardo Lucas estava na rua, com outro militar, no momento em que Paulo Victor entrou correndo. Ricardo fez um disparo único, que atingiu o jovem no peito e o matou. LEIA TAMBÉM: Adolescente é morto a tiros pela PM quando saía de casa para comprar pasta de dente em Fortaleza Adolescente é morto em abordagem da PM em Fortaleza Reprodução Em depoimento inicial, o policial disse que atirou porque teria ouvido disparos de arma de fogo e teria ordenado que Paulo parasse de correr. A ordem teria sido desobedecida, e por isso ele atirou. O militar também disse que encontrou, depois, uma arma de fogo nas proximidades. No entanto, depoimentos de outras testemunhas, inclusive de outros policiais, apontam que não houve disparos de arma de fogo, que nenhuma arma foi encontrada no local e o que o único tiro disparado na noite foi o que saiu da arma de Ricardo Lucas. A Defensoria Pública do Ceará afirmou que Paulo Victor estava desarmado, e destacou que as provas indicam que a Polícia disparou sem que houvesse confronto visível. O Ministério Público destaca também que a atitude do policial, de atirar no meio de rua com um grupo de pessoas em uma esquina e uma pizzaria na outra, pôs em risco a população. Adolescente é morto a tiros em abordagem policial em Fortaleza Reprodução Assista aos vídeos mais vistos do Ceará Ricardo Lucas foi condenado pelo tribunal de júri em um julgamento edividido em dois dias, com cerca de 16 horas de duração.

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